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BIORREMEDIAÇÃO DE HIDROCARBONETOS UTILIZANDO CÉLULAS BACTERIANAS ENCAPSULADAS

Ano: 
2019

O petróleo é uma importante fonte de energia no mundo. A exploração, o refino e o transporte do petróleo estão sujeitos à acidentes ambientais que contaminam a água, o solo e constitui-se um risco à saúde do homem e dos demais seres vivos. Nesse cenário, o aprimoramento das técnicas de biorremediação é fundamental para a maximização da descontaminação do solo ou do sedimento contaminados por petróleo. O presente trabalhou teve como objetivo selecionar linhagens bacterianas que degradem hidrocarbonetos e desenvolver uma matriz polimérica para encapsulamento celular e aplicação na biorremediação. Avaliou-se o potencial de degradação de 13 linhagens isoladas do trato gastrointestinal de animais da classe Polychaeta originados de areias de praias da Baía de Todos os Santos, com histórico de contaminação por hidrocarboneto. As linhagens selecionadas foram agrupadas em consórcio e testadas, na presença NPK, quanto a remoção de n-alcanos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e hopanos. A matriz polimérica imobilizante foi desenvolvida utilizando alginato odontológico 2% e amido de milho 0,5% e 1%, e foi avaliada quanto ao potencial de imobilização celular e aplicação na biorremediação. Os resultados demonstram que as bactérias do consórcio Acinetobacter sp., Bacillus sp., Enterobacter sp. e Pantoea sp. são eficazes na metabolização dos hidrocarbonetos, incluindo quando o NPK foi adicionado. As matrizes F1 (alginato 2%), F2 (alginato 2% + amido de milho 0,5%) e F3 (alginato 2% + amido de milho 1%) são resistente à liofilização, possui macroporos e mantêm-se estáveis por 120 dias a 4ºC em água destilada e glicerol. A matriz também demonstrou boa capacidade de encapsular as células e manteve condições favoráveis ao crescimento das bactérias, aumentando a respiração basal (F2 e F3: 4 mg/l CO2 60 dias), a biomassa bacteriana (F1: 1,5 x 106 UFC/g 60 dias) e a remoção de n-alcanos e HPAs do sedimento, quando comparada às células livres (0 mg/l CO2; 0,3 x 106 UFC/g 60 dias). Os n-alcanos de alto peso molecular obtiveram maiores taxas de degradação pelas células imobilizadas. Dos 16 HPAs analisados, apenas o benzo(a)antraceno e o antraceno não foram degradados. Sendo que o naftaleno e o dibenzo(a)antraceno atingiram taxas de degradação de 60% e 80%, respectivamente. A prospecção de patentes sobre imobilização e uso em biorremediação demonstrou que essa técnica é um importante campo ainda a ser explorado quanto ao desenvolvimento de invenções tecnológicas. Portanto, o consórcio testado e a matriz polimérica desenvolvida são promissores para uso em biorremediação de ambientes contaminados por hidrocarbonetos.

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